O primeiro semestre de 2025 marcou o maior volume de tentativas de fraude já registrado no Brasil. De acordo com levantamento da Serasa Experian, foram mais de 6,9 milhões de ataques bloqueados. Além do avanço da criminalidade digital, o levantamento mostra também a fragilidade crescente das interações on-line. O aumento das ocorrências foi constatado em todos os estados e faixas etárias, mas um fenômeno específico chamou a atenção dos analistas: pela primeira vez, os jovens de até 25 anos lideram o ritmo de crescimento, com alta superior a 40% em comparação ao ano passado.
Por que as fraudes cresceram tanto em 2025?
De acordo com o Diretor de Autenticação e Prevenção a Fraude da Serasa Experian, Rodrigo Sanchez, a expansão não surpreende.”A transformação digital dos consumidores abriu espaço para operações mais ágeis, mas também para novos riscos. Ao mesmo tempo, criminosos vêm utilizando tecnologias avançadas para realizar ataques em escala e com personalização inédita. Ou seja, os golpes se tornam cada vez mais convincentes, adaptando-se ao perfil comportamental e financeiro da vítima”.
O grupo jovem: por que eles estão sendo tão atacados?
Segundo o estudo, 1.042.031 tentativas de fraude tiveram como alvo pessoas de até 25 anos, representando um crescimento de 43% em relação aos 728 mil casos registrados no mesmo período de 2024. Esse avanço mensal contínuo significativo superou até o volume de ataques contra grupos tradicionalmente mais vulneráveis, como os cidadãos acima de 51 anos.
Apesar de crescerem conectados, muitos brasileiros dessa faixa etária ainda não consolidaram hábitos sólidos de proteção virtual. A familiaridade com a tecnologia cria, muitas vezes, uma falsa sensação de imunidade, tornando-os mais suscetíveis a ataques de engenharia social, páginas falsas e coleta indevida de dados. Soma-se a isso o fato de cada vez mais jovens começarem a realizar operações financeiras antes dos 25 anos, como transferências de valores altos, uso de crédito e contratação de serviços digitais. Quanto mais alta a complexidade financeira, maior a atratividade para golpistas.
Métodos de fraude estão cada vez mais avançados
Independentemente da idade, a exposição dos usuários cresce porque os métodos utilizados pelos criminosos se tornam mais sofisticados a cada ano. Agora, os golpes incluem:
- Técnicas de engenharia social com linguagem personalizada,
- Uso massivo de dados vazados para reforçar credibilidade,
- Criação de sites idênticos aos originais,
- Ferramentas para burlar verificações tradicionais de segurança.
Esses recursos tornam mais difícil a identificação do golpe e reforçam a urgência de práticas de proteção mais robustas.
Como os consumidores podem se proteger melhor?
Embora o crescimento das fraudes seja expressivo, medidas simples podem evitar a maioria das ocorrências. A recomendação inclui desde cuidados básicos com senhas, documentos e aplicativos bancários, até vigilância sobre comunicações suspeitas se passando por bancos ou grandes marcas.
“É essencial desconfiar de ofertas muito abaixo do valor de mercado e evitar clicar em links recebidos por grupos de WhatsApp”, destaca Sanchez. A orientação também destaca a importância de cadastrar chaves Pix exclusivamente nos canais oficiais e nunca fornecer códigos ou senhas fora do ambiente dos aplicativos bancários.
Com fraudadores organizados e ferramentas mais sofisticadas, o risco afeta todas as idades, mas impacta especialmente os jovens, ponto de maior crescimento nos ataques. Nesse contexto, consumidores e empresas precisam adotar uma postura mais preventiva, utilizando estratégias de proteção em várias camadas, capazes de mitigar riscos antes mesmo que eles se tornem incidentes reais.
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