Um dos principais desafios em qualquer empresa é a dificuldade para conseguir tirar ideias do papel. Muitas vezes, a burocracia para aprovar projetos, mesmo sendo simples, acaba engessando o desenvolvimento de soluções, desmotivando a equipe e, consequentemente, atrasando ou impactando os resultados esperados da organização.
O que é?
Por conta disso, o mercado tem se movimentado em torno do conceito ágil e da metodologia Scrum. Esses termos têm como objetivos principais, valorizar os indivíduos e interações, entregar projetos incrementais e colaboração com o cliente em todas as fases dos projetos.
Para o CEO da Allianz Partners Brasil, Vincent Bleunven, a característica indispensável desse novo modelo é ser adaptável. “A mentalidade é de renovação o tempo todo, sempre buscando realizar entregas de forma eficiente e flexível. Afinal, é muito mais vantajoso entregar um plano ainda em construção e adaptá-lo ao longo do caminho, ao invés de esperar algo totalmente perfeito para começar a ser testado”, diz.
Essa mentalidade está direcionada à melhoria contínua na experiência do cliente, passando por adaptações em três pilares: processos, estruturas e cultura. Bleunven também sinaliza a necessidade de haver uma cultura presente de receber e entregar feedbacks construtivos, tendo sempre em mente o mais importante: o produto ou serviço.
A jornada da transformação ágil
Nesse sentido, o primeiro ponto a ser debatido é entender em quais áreas a “metodologia ágil” pode agregar valor e ser mais útil. “Nem todos os setores podem se adaptar a essa cultura. Uma área financeira, por exemplo, precisa levar em conta diversas legislações e regras, as quais muitas vezes não abrem espaço para a maleabilidade. Por isso, é preciso ficar atento às particularidades de cada uma delas”, alerta o CEO.
Mesmo com algumas restrições, nesse caso exemplificado, existem algumas ferramentas para acelerar os sistemas. “Eliminar etapas burocráticas por meio da gestão de documentos e da assinatura digital é uma dessas medidas para ‘desenroscar’ os procedimentos”, expõe a gerente comercial da Assine Bem, Paula Sino.
Como funciona na prática?
De acordo com Bleunven, a celeridade está muito mais ligada à execução ao invés da criação. “A diferença está no formato: primeiro é feito um brainstorm de aproximadamente dois dias com todas as pessoas envolvidas no projeto, a partir daí essas ideias são classificadas, priorizadas e descritas para se tornarem realidade”, explica.
Feito isso, o segundo passo é organizar as ideias em recursos específicos para ser trabalhado durante cerca de duas a quatro semanas. Ao final, o protótipo do produto ou serviço é entregue e passa a ser ajustado conforme a carência. “Isso é uma mudança radical em relação ao modelo antigo, no qual alguém tinha de entrevistar toda a companhia, criar documentos e pedir aprovações”, conta o dirigente.
Muitas instituições perceberam essas mudanças com o trabalho remoto por conta da pandemia. “Essa concepção é muito moldável ao home office. Como estamos falando da mudança de cultura, isso extrapola a questão física e temos conseguido dar andamento em grandes melhorias para todos os campos”, finaliza o CEO.
A assinatura digital foi um exemplo de algo extremamente útil e assertivo, mas não tão “famoso” antes da Covid-19. “Outrora para assinar um contrato era preciso o deslocamento, a interação com diversas esferas e enfrentar filas, lembra? Com essa alternativa virtual, tudo isso passou a ser feito em apenas um clique e as pessoas podem fazê-lo até mesmo pelo celular”, expõe a gerente.
Sobretudo, essa digitalização é um caminho para reduzir gastos e diminuir impactos ambientais. “O aparato tecnológico é capaz de poupar muitos recursos naturais, mas por trás disso, existe uma mudança de cultura, quebra de paradigmas, rotinas, etc. Logo, é uma conversão de dentro para fora”, complementa Paula.
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